| 0 comments ]


Benigno Papelo
Presidente da VJM/ VJM President
vjm.presidente@tdm.co.mz

OS MEDIA: PODER INCONTESTÁVEL, PREGUIÇA NOTÁVEL

Quando falamos dos media, estamos a falar do poder incontestável que as mesmas detêm, sobrevivendo, maioritamente de anúncios publicitários ou mesmo de pactos com empresas. Não é da publicidade como necessidade de sobrevivência que pretendemos falar, porque isso até não constitui problema, mas sim a concepção dos anúncios publicitários É muito notável a falta de profissionalismo, o espírito criativo e imaginário, sendo que registam-se muitos atropelos às normas e parâmetros para a produção da publicidade. Muitos justificam-se no facto de que os anúncios publicitários são produzidos de acordo com a realidade do seu público alvo. Mas será que com os desastres de anúncios ou mesmo pobreza em vários aspectos, irão estimular o tal público alvo? Porque os media tem também este poder, que é de educar e influenciar na tomada de decisões.

Normalmente os media não tem forte poder de intervir na reformulação e concepção destes anúncios, pois a exigência pode, até certo ponto, comprometer a entrada de dinheiro na instituição e a fidelidade com as empresas. Mas será que os media sugerindo este melhoramento, não podem criar mais fidelidade, tanto com os empresários assim como com os clientes?

Em qualquer parte do mundo os media detêm um poder incontestável. Em Moçambique poucos detêm o referido poder, pois reside uma preguiça notável em vários... Já dizia um proprietário de uma das maiores televisões, no que concerne a liderança do mercado, que em Moçambique ainda não há espaço para muitas televisores, como é visto actualmente, em que temos mais de 5 televisões, porque não há público suficiente para suportar este número... Concordo plenamente com ele, pois em consequência disso, tem se vivido um cenário de difusão de conteúdos iguais, as emissoras tendem a imitarem-se... a preguiça de criar, é uma realidade nos media, muitos são os que se limitam a vender maior espaço de antena para terceiros, onde estes são os que tem a dura missão de produzir conteúdos, mas infelizmente para os media, estes fazem o uso para difundir conteúdos exclusivamente do seu interesse, simplesmente porque pagaram, pondo em causa a linha editorial, o espírito criativo, a capacidade e o profissionalismo do corpo directivo.

Contam-se a dedo os canais que investigam, fazem estudos de audiência, avaliando as reais necessidades dos consumidores e do seu público alvo, onde posteriormente pode resultar num produto final desejável. Estamos numa era em que o conteúdo dos media visa não apenas informar, mas sim educar e entreter, com acções e projectos de interesse de todas as camadas sociais, o estudo, a análise e a criatividade devem ser uma realidade e prática nos media, e principalmente definição da linha editorial, porque os media devem ter a ambição de satisfazer e ganhar com qualidade.

Abraço Forte